Os hospitaleiros Josefina Marques e Albino Marques em mais um fim de semana no Albergue a acolher os peregrinos. Uma grande familia! e como diz a Josefina «Passo a passo se faz o caminho ... Viana do Castelo sempre cheia de cor e alegria ... e este fim de semana com muitos peregrinos, de França, Alemanha, Itália, Espanha, Eslovénia, Canada, Portugal, no Albergue de Peregrinos São João da Cruz dos Caminhos smile emoticon Bom Caminho!! Ultreya!!» Juntos Andemos, então.
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terça-feira, 21 de julho de 2015
Uma grande família!
Os hospitaleiros Josefina Marques e Albino Marques em mais um fim de semana no Albergue a acolher os peregrinos. Uma grande familia! e como diz a Josefina «Passo a passo se faz o caminho ... Viana do Castelo sempre cheia de cor e alegria ... e este fim de semana com muitos peregrinos, de França, Alemanha, Itália, Espanha, Eslovénia, Canada, Portugal, no Albergue de Peregrinos São João da Cruz dos Caminhos smile emoticon Bom Caminho!! Ultreya!!» Juntos Andemos, então.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Rumo a Santiago!
O Albergue São João da Cruz dos Caminhos em pleno coração de
Viana do Castelo em cada novo dia recebe dezenas de peregrinos. Aqui fica
registado fotograficamente alguns dos momentos ao início da tarde de hoje em
que o Sr. Barroso estende as mãos (em boa verdade, o coração!) para os acolher
no Albergue peregrinos vindos da Inglaterra, França, Espanha, Polónia e do Uzbequistão.
Avós e neta, grupo de amigos, casais com o mesmo fim. Abraçar Santiago e pelo
caminho a aventura peregrina. Continuemos juntos da comunidade carmelita a
servir de bem a melhor quem procura um lugar calmo e limpo para pernoitar.
terça-feira, 7 de julho de 2015
Ecos da Caminhada (III)
QUE FORÇA É ESSA AMIGO ?
Que força é essa amigo,
que te põe de bem com os outros e contigo? Sábado de manhã, batem
as 8h00 na Igreja do Carmo abafando, por momentos, o chilrear das
aves. Aos poucos, pequenos magotes de pessoas aproximam-se da igreja,
compondo um grupo de cerca de meia centena de corajosos. Alguém nos
recorda que lá do outro lado do globo, perto dos nossos antípodas,
há quem precise da nossa solidariedade. O que move gente de uma
pequena cidade a ser fraterna com um longínquo país? Que força é
essa amigo, que te põe de bem com os outros e contigo? Partimos. O
grupo vai-se esticando qual corda que se desenrola. Fintámos Santa
Luzia pelo lado das Urselinas. A conversa vai sendo posta em dia com
os companheiros da jornada. Alguns olhares pelo canto da vista trazem
imagens de belas moradias fazendo jus à conceituada arquitetura
portuguesa. A temperatura sobe, notam-se as primeiras manchas de suor
nas t-shirts à minha frente. Alguém assume a liderança e fala de
uma cruz preta e, aí está ela! Tento situar o meu pensamento há
dois, ou três séculos atrás. No imaginário aparecem peregrinos
carregados de superstições e medos. Como deveria ser difícil fazer
o caminho naquelas épocas. E, eis que de novo sou assolado pelo
mesmo pensamento: Que força é essa amigo, que te põe de bem com os
outros e contigo? Caminhámos, à direita a encosta verdejante, à
esquerda, ao fundo, o azul cintilante do mar, à frente a água
cristalina do rio que vai polindo o duro granito. Beleza natural. Ao
lado, a Quinta da Boa Viagem, um hino aos solares minhotos. Salta-me
à ideia aquela frase bonita que, por vezes, ouço na missa: …
fizeste para nós este mundo grande e belo! Sobre a rocha consolámos
o estômago e retemperámos forças. O grupo une-se e aí vamos nós.
O espetáculo aprimora-se, lindo! Penso nos peregrinos deste caminho,
sobretudo os estrangeiros, como descreverão estas paisagens a
familiares e amigos? Ah, o cartão das máquinas fotográficas fica
sem memória nesta zona! O mercúrio sobe nos termómetros, a
dificuldade do percurso aperta um pouco. Nem uma queixa, nem uma
lamúria, nada! Olho à minha volta, volto a olhar e capto
serenidade, paz, sorrisos da alma. E … Que força é essa amigo,
que te põe de bem com os outros e contigo? O caminho desafia. Piso
irregular, ramos atravessados, mato e a voz de comando ordena que se
aguarda. É preciso unir o grupo. Noto, pela primeira vez, cansaço
num petiz. Ouço algures: - força, falta pouco! Começámos a
descer. Os santos vão ajudando. Um cachorro manifesta,
acerrimamente, o seu descontentamento pela invasão. Nada que vozes
meigas das crianças não resolvam. O alcatrão, horror dos
peregrinos, aparece. O estio aperta e a água das garrafas sumiu. O
ritmo assemelha-se ao cantar do coral das idosas da minha freguesia.
Campos e casa visitam-nos. O grupo esfrangalha-se. Avistam-se
prédios, vamos caminhando e parece que os vou repelindo, mas não,
afinal é uma sensação similar à do poeta que encontrei pelo
caminho: «O rio … embora desça a serra parece que vai subindo».
Vila Praia de Âncora, 14h00, entra-me nos olhos. Alma cheia, coração
feliz e, de repente, passa o filme, desde o início, na pantalha do
meu pensamento, legendado: Que força é essa amigo, que te põe de
bem com os outros e contigo?
[Guaskari Martins]