No dia seguinte caminhamos para
Padron, era uma nova etapa, o calor era imenso, o cansaço era muito. A Rita e o
Simão, já se ressentiam, e também, mas o João, lá nos ía animando e dando
força. Quando chegamos já nem fomos procurar albergue e por decisão de todos
íamos dormir ao relento novamente e teria que ser numa relvinha fresca e macia,
de preferência num jardim. E se assim o pensamos, muito melhor o fizemos. Fomos
de novo ao supermercado Fraiz, compramos mais umas coisitas, atum, sardinhas,
sumo, pão, leite e sempre 4 iogurtes e lá fomos para uma praça enorme, com uma
relva. Instalamo-nos. O Simão pegou logo no saco cama e tratou de se instalar
ao lado de um canteiro de flores, ali é que era o seu sitio, dizia ele. Mas o
João achou por bem irmos pedir autorização à polícia civil, para ali ficarmos,
falamos com uma rapariga e ela ajudou-nos. Contactamos a polícia e tivemos
permissão para ficar ali. Aconselharam-nos a encontrar um recanto mais
resguardado, era um local central e muito movimentado. Mudamos de sítio.
Mas, por altura da nossa chegada
a Padrón paramos numa fonte que se chamava: Nossa Senhora do carmo, foi
emocionante encontra-la ali, foi uma delícia beber aquela água, naquele dia de
calor escaldante. A Virgem do Carmo acompanhava-nos desde o início da nossa
peregrinação, Caminhava no nosso coração!
É muito bom dormir ao relento,
podemos ver as luzes do céu, as estrelas, o silêncio da noite e aquela brisa
amena que mesmo nas horas de desanimo e cansaço sempre nos acompanhava. era
semelhante a um sopro muito suave, e como nos sabia bem. Entretanto
adormecemos! Estávamos muito cansados. Mas eis que fomos surpreendidos por uma
carga de água valente, e aí é que se instalou a confusão, o riso, a surpresa, o
espanto, gargalhadas enormes ecoaram naquela praça, era tanta a boa disposição
que nem sabíamos o que fazer. Eram os expressores da rega, tinham começado a
funcionar nos tinham surpreendido em pleno sono, mas por mais que a água caísse,
o nosso amigo Simão continuava a dormir tranquilo, apesar de toda a confusão,
até que acordou e aí foi de chorar a rir com o aparto que ele fez! Arrumamos as
coisas, não era preciso vestir pois dormimos vestidos e «cheirávamos a cavalo» …como
dizia o Simão. Pois, nem sempre tínhamos banho. Neste dia eram seis da manhã e
já caminhávamos, foi o dia em que o fizemos mais cedo.
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