O ensinamento que todos nós
aprendemos é que peregrinar é caminhar em direção a Deus, e sempre que o
fizermos, o façamos da forma mais simples e humilde, levando sempre connosco a
graça e a Luz de Cristo, bastando-nos só o que Deus nos dá: alegria e paz!
Em termos económicos podemos
dizer que partimos de casa com cerca de trezentos euros no bolso, erámos quatro
pessoas e tínhamos que tomar os pequenos almoços, pagar as dormidas sempre que
tínhamos albergue, almoço e jantar, durante dez dias. Este dinheiro tinha que
chegar até ao dia 24, pois era quando o João voltaria a receber. Foi
complicado, mas tudo superamos.
No dia 24 já nos sentíamos um
pouco melhor, foi caro mas foi bom. Esta peregrinação não nos serviu de férias,
serviu-nos de tempo de reflexão, de encontro, de partilha, de serenidade, paz
de espirito… Tudo isto eu, o João, o Simão e a Rita estávamos a precisar deste
tempo.
E quando na nossa vida caminhamos
todos na mesma direção: Jesus Cristo, tudo vale a pena. O Cansaço, as lágrimas,
a fome, a sede, o caminho em si, mesmo quando surgem dificuldades, Ele e para
Ele tudo vale e se supera. E Ele o condutor e o protetor da minha vida e da
vida da minha familia.
Ao terminar o nosso testemunho
gostaria de dizer que ao longo da história o Homem foi sempre comparando a sua
vida a um caminho, um percurso que tem que percorrer. Ao percorrer um caminho
há oportunidade para refletir, pensar e idealizar o caminho que queremos
percorrer na nossa vida.
O caminho até santiago de
Compostela não é exceção. Percorre-lo é ao mesmo tempo, caminhar sobre uma
longa estrada de estrelas carregadas de histórias, tradições e magias… Que todo
aquele que se faz ao caminho, desperte toda a sua atenção, pois o caminho dá
aos peregrinos sensações únicas.
No caminho até Santiago, devemos
estar sempre alertas, pois até o sussurro do vento pode ter algo para nos
dizer…
Até sempre;
Júlia e João Montes
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