Aníbal
também viu a estrela. Como Belchior, Gaspar e Baltazar, soube imediatamente que
alguma coisa importante se passava. Procurou nos livros e descobriu que aquela
estrela anunciava o nascimento do Salvador. Então, Aníbal pegou
nas três pérolas mais belas do seu tesouro para as levar ao Menino. E pôs-se a caminho.
nas três pérolas mais belas do seu tesouro para as levar ao Menino. E pôs-se a caminho.
Há
muito que caminha, de olhos postos no céu, a fim de não perder de vista a
estrela. Eis senão quando tropeça em qualquer coisa. No meio da estrada
encontra-se um homem estendido.
—
Que fazes aqui? — pergunta ele, cheio de dó.
—
Estou à espera da morte — responde o homem com uma voz débil. — Estou muito
doente e sem dinheiro para me tratar.
Aníbal
não hesita um segundo. Ergue o doente e leva-o à cidade mais próxima. Ali,
deixa-o aos cuidados de uma mulher idosa a quem entrega a primeira pérola.
—
Esta pérola é para comprares tudo o que for necessário para tratares este homem
— diz-lhe ele, antes de voltar a pôr-se de novo a caminho.
Aníbal
continua a andar, sempre de olhos fitos no céu. De repente, ouve gritos. Um
homem bate violentamente numa mulher.
—
Que te fez ela? — pergunta ele com pena.
—
É uma escrava! Não vale nada! — responde o homem, com ares de mau. — Não sabe
trabalhar!
Sem
hesitar, Aníbal tira da sua bolsa uma segunda pérola.
—
Toma — diz ele, entregando-a ao homem. — É para comprar a liberdade desta
mulher. Deixa-a ir embora.
O
homem pega na pérola e liberta a rapariga.
—
Obrigada! — diz ela a Aníbal, antes de fugir dali.
O
Rei Mago prossegue o seu caminho, sempre de olhos no céu.
Já
perto de Belém, eis que uma viúva banhada em lágrimas vem a correr ter com ele.
—
O que aconteceu? — pergunta-lhe, com doçura.
—
Os soldados levaram o meu filho! — diz ela a soluçar. — Roubou farinha para me
dar de comer! Ninguém mais tenho no mundo!
Também
desta vez Aníbal não hesita um segundo. Segue a viúva até à prisão. Dá aos
soldados a sua última pérola para que libertem o preso. E assim a mãe recupera
o filho. Aníbal, esse, apressa o passo porque já está atrasado. Quando chega junto do presépio, os três Reis Magos já tinham entregue os presentes ao recém-nascido e já se tinham ido embora. Aníbal só tem as desculpas para oferecer… por ter chegado de mãos vazias!
No entanto, o Menino Jesus recebe-o com um grande sorriso e de braços estendidos.
Não é a visita deste Mago tão generoso o mais belo de todos os presentes?
[Christine
Pedotti]
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