No dia trinta de Agosto do presente ano estava eu como hospitaleiro e foi dos
sábados que tivemos mais peregrinos no albergue (27 peregrinos).
Ao fim da tarde aparecem duas jovens alemãs peregrinas no
albergue, dirigi-me a elas e disse-lhes que o albergue já estava cheio mas se
quisessem poderíamos arranjar uma solução.
Elas responderam-me que não havia problema pois tinham uma
tenda mas que o motivo de elas se terem dirigido ao albergue devia-se a um
gatinho que tinham encontrado no inicio da ponte e que estava muito mau
tratado.
Efectivamente o animal estava moribundo, tinha o focinho
ensanguentado, estava muito inchado, completamente desorientado...parecia que
já não tinha muita salvação...
Mas o que fazer? Fiquei um pouco bloqueado...Dizer-lhes -
levem o gato daqui? Voçês agora é que o tem de tratar...
Acabei por colocar o gato na lavandaria na parte debaixo das
escadas. O animal não bebia àgua, não comia, andava de um lado para o outro
complemente desorientado...estava à espera da morte!
Lembrei-de de telefonar a uma amiga que adora gatos para ver
o que ela dizia. Ela disponibilizou-se para vir ao albergue e assim que chegou
agarrou-se ao gatinho e começou logo a trata-lo. Um aspecto curioso é que
quando ela segurou no gato ela começou logo a fazer rum-rum :)
O facto é que o cuidado desta minha amiga Conceição Sousa
fez renascer o gato e agora temos uma bonita Conchinha.
Foi dado o nome de Concha à gata por ter sido trazida por
duas peregrinas.
[Alberto Barbosa | hospitaleiro do Albergue São João da Cruz
dos Caminhos]
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