sábado, 26 de janeiro de 2013

Uma oração em família!


Lembram-se dos relatos que a família carmelita de Viana do castelo, família Montes nos deixou aquando a peregrinação nas férias de Verão, em 2012, a Santiago de Compostela?

Certamente que sim. Aqui vos deixamos a oração que fizeram quando estiveram recolhidos na capela do silêncio ao despedirem-se de Santiago de Compostela.

JESUS NOSSO,
ENCHE-NOS DE TUAS BENÇÃOS ANTES DE SAIRMOS E PARTIRMOS
QUE A RECORDAÇÃO DESTA VISITA QUE ACABAMOS DE FAZER-TE
PERSERVERE NA NOSSA MEMÓRIA
E NOS FAÇA AMAR-TE MAIS E MAIS
FAZ QUE QUANDO VOLTEMOS A VISITAR-TE, VOLTEMOS MAIS SANTOS
AQUI TE DEIXAMOS JESUS O NOSSO CORAÇÃO
PARA QUE TE ADORE CONSTANTEMENTE
E O FAÇAS MAIS AGRADÁVEL A TEUS DIVINOS OLHOS.
ADEUS JESUS, ADEUS JESUS SENHOR NOSSO
PARA TI TODO O NOSSO AMOR

TEUS FILHOS:
JOÃO. JÚLIA RITA E SIMÃO

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sim, «Um Pastorinho»!


1. Um Pastorinho, só, está penando,
Privado de prazer e de contento,
Posto na pastorinha o pensamento,
Seu peito de amor ferido, pranteando.

2. Não chora por tê-lo o amor chagado,
Que não lhe dói o ver-se assim dorido,
Embora o coração esteja ferido,
Mas chora por pensar que é olvidado.

3. Que só o pensar que está esquecido
Por sua bela pastora, é dor tamanha,
Que se deixa maltratar em terra estranha,
Seu peito por amor mui dolorido.

4. E disse o Pastorinho: Aí, desditado!
De quem do meu amor se faz ausente
E não quer gozar de mim presente!
Seu peito por amor tão magoado!

5. Passado tempo em árvore subido
Ali seus belos braços alargou,
E preso a eles o Pastor ali ficou,
Seu peito por amor mui dolorido.

[São João da Cruz]

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

No caminho: sofrimentos que não saram!


O que Diz a Morte

Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...

Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem. -

Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das cousas invisíveis, muda e fria,

É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.

[Antero de Quental, in "Sonetos"]

A new day is rising


Quando...


 
«Quando tu me fitavas,
Teus olhos sua graça me infundiam;
E assim me sobreamavas
E nisso mereciam
Meus olhos adorar o que em ti viam.

Não queiras desprezar-me,
porque, se cor trigueira em mim achaste,
já podes ver-me agora,
pois, desde que me olhaste,
a graça e a formosura em mim deixaste.»

[São João da Cruz]

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

No caminho: a alegria

 
Em certa ocasião, um jovem de uma aldeia teve que viajar até à capital. Enquanto ia em grupo, e sem ele se dar conta, alguém tirou-lhe o mais valioso que tinha: um relógio que seu pai lhe havia oferecido com muito sacrifício antes de morrer. Quando se deu conta, o seu coração encheu-se de uma grande amargura e sentiu um profundo ódio pelo desconhecido que lhe tinha tirado o seu valioso tesouro.
A partir desse momento, os seus pensamentos centraram-se no anónimo ladrão. Pensava nele dia e noite, odiava-o com todo o seu coração, e o seu rancor crescia cada vez que tinha de ver a hora no outro relógio mais pequeno que agora usava. Havia noites em
que não dormia de raiva e de impotência. Tornou-se irritadiço e iracundo com a sua própria família. Até que um dia, angustiado por tanto ressentimento, fez esta oração: «Senhor, já não posso continuar assim. Por isso quero perdoar a esse ladrão que levou o meu relógio. Mais ainda: quero oferecer-lhe o meu relógio. De tal modo que, quando esse ladrão morrer, Tu não o julgues por este roubo, porque não houve roubo nenhum. Eu já lhe ofereci o meu relógio».
A partir desse dia, o jovem foi feliz. Recuperou a alegria que durante meses tinha perdido, porque não voltou a trazer à sua memória aquele facto torturante. E desde então pôde viver em paz.
[Autor anónimo]

A caminhada


A Tua caminhada ainda não terminou....
A realidade te acolhe dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva
que cai e não a faceta do raio que destrói.

Se não consegues entender que o céu deve estar dentro de ti,
é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das estrelas.
Por mais que tenhas errado e erres,
para ti haverá sempre esperança,
enquanto te envergonhares de teus erros.

Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição.

A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.

Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues
para poderem seguir-te.

[Charles Chaplin]

Tu, também não corras. Caminha!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A arvore, a lua e a noite.


E por Tudo vos digo…

A arvore, a lua e a noite.

Esta árvore como tantas outras árvores que se encontram na aparência terrestre, conhece uma amiga chamada lua, ambas vivem num hasteado cenário da noite…Neste cenário bucólico da noite, tudo lhes é particularizado, calmo, sereno... Convivem entre os sons nocturnos que convidam a espelhar sobre a claridade da lua a vida implementada na humildade de serem elas mesmas. A árvore envolve-se com esta lua, não imaginando o quanto é apreciada e acarinhada. A noite transforma-se em confidente salientando a familiaridade conquistada. A árvore sujeita ao olhar que reflecte o peso da jornada anseia pela lua, pois nela vê reflectida a sua transparente reprodução. Sempre que o sol pensa em dormir, em se ausentar para descansar, é convidada a entrar em cena a noite. Faz-se presente, torna-se íntima. Na noite, permanece entre frestas de silêncio, a solidão sonora do vento do deserto fundo, implantado pela tranquilidade de uma realidade que cala no mais profundo centro! Harmoniosamente o Tudo conquista espaço e debita nesta árvore a força. Interiorizando a certeza de amanhãs que se sucedem sempre pelo culminar de um dia, esta árvore sabe que o encontro é realizável, autêntico e apesar do tudo, tranquilizante. A espera por este encontro enaltece a capacidade da delonga… O que a árvore vive e compartilha durante o dia é circunspecto na noite. Não a conhecendo verdadeiramente uns e ajuizando outros a certeza do seu trajecto, a árvore sabe que será compreendida na noite que a espera… compreendendo-a. Na noite está o surgimento, o âmago de uma renovada vida. Esta noite traz consigo a presente calma e esperada placidez. A árvore regressa em cada dia com ânsias deste encontro e nesta verdade se quer (re)conhecer, defrontando as forças ainda não conquistadas da certeza em que crê.

Onde nos (re)vemos? Árvore, lua ou na noite?!
 
[V.P.]

Por esse caminho, vai!