Descanso
Meu coração
moribundo pulsa por sabedoria.
Meu corpo pede
cama, pede descanso.
Depois de lutar
o dia todo, nem mesmo sei se valeu à pena.
Minha sina
perdeu a graça, já acabou minha cena.
A causa não
vale as perdas, a luta perdeu o sentido.
O efeito não
passa de efeito diante de tamanho cansaço.
Não sou feito
de aço, também canso.
Agora minha
única duvida é se durmo na cama ou na rede.
Meu rio de
entusiasmo secou e sobrou apenas a sede.
E em passos
cambaleantes eu sigo pelo caminho deserto.
O futuro ainda
está presente, ainda que pareça incerto.
Meu corpo pede
cama, pede descanso.
Finalmente me
deito em meu leito, minha cama.
Resistir ao
sono? Pergunto-me como.
Merecido
descanso, me entrego ao sono.
Sem culpa por
dormir de dia, vou descansar sem companhia.
O despertar é
belo, é poesia, é bom humor diante a monotonia.
Acordar sem
querer levantar, me vejo nessa realidade.
Onde a doce
mentira parece verdade, onde o mundo inteiro parece metade.
A tarde cai, o
sol se vai, e a lua me chama.
Mas acordar é
preciso, recuperar o juízo e levantar da cama.
Abrir a mente
e arrumar uma causa, sair de casa, fazer por merecer minha asa.
Começar a
correr…
Dormir pra
que?
“Terei muito
tempo para dormir depois que eu morrer.”
[Henrique B.
Lobato]
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