sábado, 30 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
Duros caminhos...
Os dois testes mais
duros no caminho espiritual
são a paciência para esperar o momento
certo
e a coragem de não nos decepcionar
com o que
encontramos.
[Filme: Veronika decide morrer]
Quinta-feira Santa
Dividida em duas, enrolada pelos linhos numa
cesta,
a Virgem da Aflição com o coração de prata
sai uma vez por ano do quarto em penumbra.
Na igreja reajeitada, ao lado do filho chagado,
por trás dos ouros do trigo florescido na
escuridão,
irá pelas ruas até aos despenhadeiros e ao
Calvário;
depois dos foguetes e dos sinos a dobrar
voltará com o vestido bordado no
armário de nogueira.
Escurecem as colinas entre os castanheiros
e as oliveiras
no rebanho amontoado o pastor procura o
cordeiro,
chama, pragueja, agarra-o – naquele balido
o choro extremo que não conhece o morrer.
Ladram os cães, depois o rouxinol pelas hortas
cede ao seu canto, desenrola-o, lança-o no vento
leve que move os gráceis ramos da macieira
plantada em Novembro numa manhã chuvosa.
A pereira, o diospireiro, a
tília, o castanheiro-da-índia,
cada um apronta à sua maneira a florescência
(folhas que se desenvolvem tenras como feridas
nos verdes que variam onde o gelo
queimou),
escava a toupeira os seus cegos
percursos
esquivando a ameixoeira e o venenoso
loendro
o motor na subida assinala um regresso
à casa de pedra com os estores descidos.
Matanças em Gaza, tréguas de um dia na Rodésia,
desaparece o navio apinhado de escravos
crianças,
um homem, olhos cinzentos e blusão aos quadrados,
diz que ontem à noite degolou a mãe,
na galáxia desfocada acende-se uma estrela
– rápido desenrola-se no telejornal o mapa
onde sobre o Norte e o Sul escurecem nuvens,
os mares em redor são um solavanco de acentos.
Desce Cristo dilacerado dentro do inferno
para reaparecer, sábado à meia-noite,
vestido de branco por trás da cortina roxa.
Tantas e mais vezes também tu desceste
nos lugares estreitos presididos pela ânsia
assombro todas as vezes de já não voltar
à horta a cultivar, aos quartos em penumbra,
sempre cada vez regressando sem resposta.
Orfeu esfalfado os sombrios viadutos
levando no peito a semente da derrota
– daí veio ao canto um estorvo, um desprezo:
a que se concerta uma voz breve e desiludida
de quem vagueia num espaço inacabado
e quer ficar como se aquele espaço
fosse o único lugar onde lhe é dado habitar,
onde cada um cumpre o seu escuro percurso.
[Elio Pecora]
quarta-feira, 27 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
Caminhada tem um destino
Sei que na minha caminhada
tem um destino e uma direcção,
por isso devo medir meus passos, prestar atenção no que faço
e no que fazem os que por mim também passam ou pelos quais passo eu...
Que eu não me iluda com o ânimo
e o vigor dos primeiros trechos, porque
chegará o dia em que os pés não terão tanta força
e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo...
Todavia, quando o cansaço houver,
que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente quando houver quem me auxilie...
É oportuno que, em meus sorrisos,
eu me lembre de que existem os que choram, que, assim,
meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem:
por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar,
que eu não me deixe dominar pela desesperança,
mas que eu entenda o sentido do sofrimento,
que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais...
Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil,
e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na cabeça,
e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás,
porque pode vir o dia em que nada terei
mais para minha jornada e aqueles,
que ultrapassei na caminhada, me alcançarão
e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim,
que ficarei no caminho sem concluí-lo...
Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite
em que a caminhada será mais fácil e mais amena; quando for noite,
porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada,
que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção...
Que eu perceba que a caminhada sozinho pode ser mais rápida,
mas muito mais vazia...Quando eu tiver sede,
que encontre a fonte no caminho,
quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direcção...
Que eu não siga os que desviam,
mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos...
Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples
que estão a beira da estrada,
que eu não perturbe a caminhada de ninguém,
que eu entenda que seguir faz bem, mas que, às vezes,
é preciso ter-se a bravura de voltar atrás
e recomeçar e tomar outra direcção...
Que eu não caminhe sem rumo,
que eu não me perca nas encruzilhadas,
mas que eu não tema os que assaltam-me, os que embuçam,
mas que eu vá onde devo ir e,
se eu cair no meio do caminho,
que fique a lembrança de minha queda para impedir
que outros caiam no mesmo abismo...
Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante,
que eu faça chegar quem me perguntar,
quem me pedir conselho,
e acima de tudo, me seguir, confiando em mim!
[Ponsancini]
por isso devo medir meus passos, prestar atenção no que faço
e no que fazem os que por mim também passam ou pelos quais passo eu...
Que eu não me iluda com o ânimo
e o vigor dos primeiros trechos, porque
chegará o dia em que os pés não terão tanta força
e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo...
Todavia, quando o cansaço houver,
que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente quando houver quem me auxilie...
É oportuno que, em meus sorrisos,
eu me lembre de que existem os que choram, que, assim,
meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem:
por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar,
que eu não me deixe dominar pela desesperança,
mas que eu entenda o sentido do sofrimento,
que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais...
Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil,
e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na cabeça,
e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás,
porque pode vir o dia em que nada terei
mais para minha jornada e aqueles,
que ultrapassei na caminhada, me alcançarão
e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim,
que ficarei no caminho sem concluí-lo...
Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite
em que a caminhada será mais fácil e mais amena; quando for noite,
porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada,
que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção...
Que eu perceba que a caminhada sozinho pode ser mais rápida,
mas muito mais vazia...Quando eu tiver sede,
que encontre a fonte no caminho,
quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direcção...
Que eu não siga os que desviam,
mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos...
Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples
que estão a beira da estrada,
que eu não perturbe a caminhada de ninguém,
que eu entenda que seguir faz bem, mas que, às vezes,
é preciso ter-se a bravura de voltar atrás
e recomeçar e tomar outra direcção...
Que eu não caminhe sem rumo,
que eu não me perca nas encruzilhadas,
mas que eu não tema os que assaltam-me, os que embuçam,
mas que eu vá onde devo ir e,
se eu cair no meio do caminho,
que fique a lembrança de minha queda para impedir
que outros caiam no mesmo abismo...
Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante,
que eu faça chegar quem me perguntar,
quem me pedir conselho,
e acima de tudo, me seguir, confiando em mim!
[Ponsancini]
A chuva continua a caminhar connosco!
Chove?
Nenhuma chuva cai...
Então onde é que eu sinto um dia
Em que ruído da chuva atrai
A minha inútil agonia ?
Onde é que chove, que eu o ouço?
Onde é que é triste, ó claro céu?
Eu quero sorrir-te, e não posso,
Ó céu azul, chamar-te meu...
E o escuro ruído da chuva
É constante em meu pensamento.
Meu ser é a invisível curva
Traçada pelo som do vento...
E eis que ante o sol e o azul do dia,
Como se a hora me estorvasse,
Eu sofro... E a luz e a sua alegria
Cai aos meus pés como um disfarce.
Ah, na minha alma sempre chove.
Há sempre escuro dentro de mim.
Se escuro, alguém dentro de mim ouve
A chuva, como a voz de um fim...
Os céus da tua face, e os derradeiros
Tons do poente segredam nas arcadas...
No claustro sequestrando a lucidez
Um espasmo apagado em ódio à ânsia
Põe dias de ilhas vistas do convés
No meu cansaço perdido entre os gelos,
E a cor do outono é um funeral de apelos
Pela estrada da minha dissonância...
[Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"]
Então onde é que eu sinto um dia
Em que ruído da chuva atrai
A minha inútil agonia ?
Onde é que chove, que eu o ouço?
Onde é que é triste, ó claro céu?
Eu quero sorrir-te, e não posso,
Ó céu azul, chamar-te meu...
E o escuro ruído da chuva
É constante em meu pensamento.
Meu ser é a invisível curva
Traçada pelo som do vento...
E eis que ante o sol e o azul do dia,
Como se a hora me estorvasse,
Eu sofro... E a luz e a sua alegria
Cai aos meus pés como um disfarce.
Ah, na minha alma sempre chove.
Há sempre escuro dentro de mim.
Se escuro, alguém dentro de mim ouve
A chuva, como a voz de um fim...
Os céus da tua face, e os derradeiros
Tons do poente segredam nas arcadas...
No claustro sequestrando a lucidez
Um espasmo apagado em ódio à ânsia
Põe dias de ilhas vistas do convés
No meu cansaço perdido entre os gelos,
E a cor do outono é um funeral de apelos
Pela estrada da minha dissonância...
[Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"]
segunda-feira, 25 de março de 2013
A dor não muda!
O velho Mestre pediu a um
jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e
bebesse.
-'Qual é o sabor?' - perguntou o Mestre.
-'Mal' - disse o jovem.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem deitou o sal ao lago. Então o velho disse:
-'Bebe um pouco dessa água'. Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o sabor?'
-'Bom!' disse o rapaz.
-'Não sentes o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não' disse o jovem.
O Mestre então, sentou-se ao lado do jovem, agarrou nas suas mãos e disse:
-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o gosto da dor depende de onde a colocamos. Quando sentires dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido de tudo o que está à tua volta. É dar mais valor ao que tu tens do que ao que por ti foi perdido. Em outras palavras:
É deixar de Ser copo, para te tornares um Lago.'
-'Qual é o sabor?' - perguntou o Mestre.
-'Mal' - disse o jovem.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem deitou o sal ao lago. Então o velho disse:
-'Bebe um pouco dessa água'. Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o sabor?'
-'Bom!' disse o rapaz.
-'Não sentes o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não' disse o jovem.
O Mestre então, sentou-se ao lado do jovem, agarrou nas suas mãos e disse:
-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o gosto da dor depende de onde a colocamos. Quando sentires dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido de tudo o que está à tua volta. É dar mais valor ao que tu tens do que ao que por ti foi perdido. Em outras palavras:
É deixar de Ser copo, para te tornares um Lago.'
domingo, 24 de março de 2013
Juntos Andemos!
"As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as
nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar, nos bastar sempre, e quando procuramos estar com alguém,
temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque
queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se
precisam, elas se completam, não por serem metades, mas por serem inteiras,
dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida."
[Mário Quintana]
Domingo de Ramos
Lá vai Jesus Cristo montado em um jumento
E sendo aclamado, adentrando em Jerusalém,
Para levar a palavra santa no esclarecimento
De Deus a orar e salvar aquele povo também.
Sempre antecipando o que lhe aconteceria,
Entre milagres e todo aquele que se salvaria,
Jamais deixou de levar aos povos a divina mensagem,
Que aqui na terra diferente do céu, é só uma passagem.
Em boa parte da história da humanidade,
A santa bíblia nos conduz,
Por um homem milagroso em sua santidade,
Jesus Cristo de divina “LUZ”.
[Eduardo Eugênio Batista]
sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Encontramo-nos e planificamos!
O Mês de Abril está quase a chegar e com ele o Albergue São João da Cruz dos Caminhos abrirá as suas portas para receber os peregrinos que se aventuram no Caminho Português da Costa. A equipa dos hospitaleiros do Albergue São João da Cruz, reuniu no passado dia 20 de Março. Encontramo-nos e planificamos. Estejam atentos pois estenderemos o convite para participarem nas actividades já agendadas. caminhadas, queimada, tertúlia .. Juntos, sempre de bem a melhor, façamos caminho!
Benvinda Primavera!
Há uma primavera em cada vida:
é preciso cantá-la assim florida,
pois se Deus nos deu voz,
foi para cantar!
E se um dia hei-de ser pó,
cinza e nada
que seja a minha noite uma alvorada,
que me saiba perder...
para me encontrar....
[Florbela Espanca]
Olhar e bem...
«Olhe bem para cada caminho e com propósito.
Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário.
Depois pergunte-se: Esse caminho tem coração?
Se tiver, o caminho é bom, se não tiver, não
presta.»
[Carlos Castaneda]
quinta-feira, 21 de março de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
Caminho
Encontraste-me um dia no caminho
Em procura de
quê, nem eu o sei.
d Bom dia, companheiro, te saudei,
Que a jornada é maior indo sozinho
É longe, é muito longe, há muito espinho!
Paraste a repousar, eu descansei...
Na venda em que poisaste, onde poisei,
Bebemos cada um do mesmo vinho.
É no monte escabroso, solitário.
Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!... Foi no entanto
Que choramos a dor de cada um...
E o vinho em que choraste era comum:
Tivemos que beber do mesmo pranto.
d Bom dia, companheiro, te saudei,
Que a jornada é maior indo sozinho
É longe, é muito longe, há muito espinho!
Paraste a repousar, eu descansei...
Na venda em que poisaste, onde poisei,
Bebemos cada um do mesmo vinho.
É no monte escabroso, solitário.
Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!... Foi no entanto
Que choramos a dor de cada um...
E o vinho em que choraste era comum:
Tivemos que beber do mesmo pranto.
[Camilo
Pessanha, in 'Clepsidra']
terça-feira, 19 de março de 2013
O peregrino e o homem sério
Certa vez, durante longo percurso, caminhou ao lado de um peregrino um homem sério, austero, de rosto sisudo e grave. Enquanto o peregrino tornava-se mais leve a cada passo, deixando para trás o que até então havia sido, aquele homem tinha um caminhar moroso, ia revolvendo pensamentos e assim parecia que mais pesado ia ficando o que trazia consigo. Em silêncio, o peregrino abria-se para que a sua entrega e a alegria que dela brotava pudessem ajudar aquele que, por ter arraigados conceitos mentais, não permitia que a pureza do seu próprio estado espiritual emergisse. E, pouco a pouco, uma leveza foi-se introduzindo na expressão daquele homem.
Quando um ser manifesta a alegria da comunhão com energias sutis, suas condições de auxiliar os que ainda não reconheceram a necessidade de voltar-se para a luz são maiores do que se guardasse para si o que a vida interior lhe concede. É o ardor do fogo que faz elevar o brilho da chama. A alegria sadia, serena, plena de paz que emerge do toque do espírito não deve ser ocultada. A humanidade receberá maior bem por meio do exemplo da união com núcleos internos do que da rigidez imposta por ideias acerca do que deva ser o comportamento de um homem evoluído. A sobriedade é necessária e sem ela a clareza não chega à mente, mas ela e a alegria não são incompatíveis – ambas, se verdadeiras, harmonizam-se na revelação de uma vida entregue ao Supremo.
[Trigueirinho]
segunda-feira, 18 de março de 2013
Será assim o próximo caminho...
Até ao fim
Não; não pares.
É graça divina começar bem.
Graça maior persistirna caminhada certa.
Manter o ritmo...
Mas a graça das graças é não desistir,
podendo ou não podendo chegar até o fim...
[Dom Helder Camara]
domingo, 17 de março de 2013
À descoberta do Amor
Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.
[Mahatma Gandhi]
sexta-feira, 15 de março de 2013
quinta-feira, 14 de março de 2013
Nova etapa vem aí!
O mês de Abril está quase a chegar!
O Albergue de Peregrinos São João da Cruz dos Caminhos
não se esquece!
Psiu!
Psiu!
Não quebres o silêncio
que te deixa ouvir o som do vento.
Pára e escuta. É a vida de te chama.
Em cada gota que cai,
em cada chilrear dos pássaros,
em cada ramo de árvore que baloiça…
É o som da vida a chamar por ti.
Psiu! Pára e escuta. A vida chama-te.
Responde-lhe com um sorriso,
de quem tem tudo para dar.
Psiu! Pára e escuta
Mas não te deixes ficar parado
Corre para a vida e abraça-a
e deixa-te ficar assim:
desarmado, rendido, mas feliz.
que te deixa ouvir o som do vento.
Pára e escuta. É a vida de te chama.
Em cada gota que cai,
em cada chilrear dos pássaros,
em cada ramo de árvore que baloiça…
É o som da vida a chamar por ti.
Psiu! Pára e escuta. A vida chama-te.
Responde-lhe com um sorriso,
de quem tem tudo para dar.
Psiu! Pára e escuta
Mas não te deixes ficar parado
Corre para a vida e abraça-a
e deixa-te ficar assim:
desarmado, rendido, mas feliz.
[autor desconhecido]
quarta-feira, 13 de março de 2013
terça-feira, 12 de março de 2013
O poder da doçura
Um viajante caminhava pela estrada, quando observou o
pequeno rio que começava tímido por entre as pedras. Foi seguindo-o por muito
tempo. Aos poucos, ele foi tomando volume e se tornando um rio maior. O
viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se
dividiu em dezenas de cachoeiras, num espectáculo de águas cantantes. A música
das águas atraiu mais o viajante, que se aproximou e foi descendo pelas pedras,
ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza
criara com paciência caprichosa, formas na gruta. Ele a foi adentrando,
admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo. De repente, descobriu uma
placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que
nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prémio Nobel de
literatura de 1913:
«Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a
água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a
suavidade consegue esculpir.»
segunda-feira, 11 de março de 2013
Nada temerei...
«Ainda que eu atravesse o vale escuro,
nada temerei, pois estais comigo.
Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.»
[Salmo 22]
domingo, 10 de março de 2013
Filho Pródigo!
Abre-me a Porta
Pai!
Abre-me a Porta!
Porque venho cansado
e derrotado
desfeito
pobre
e nu
e envergonhado
Tudo esbanjei
Só trago
encravados no peito
nele bem entranhados
os pungentes punhais
de todos os Pecados Capitais
Delapidei o rico Património
do teu Amor
na subida
arrogante e pressurosa
da Montanha da Vida
E hoje conheço a Dor
Da descida agoniante
trémula e vagarosa
pela encosta abrolhosa
na que nos acompanha
só
o impiedoso demónio
da consciência dorida
da fortuna malgasta
dissipada
e a existência perdida
Abre-me a Porta
Pai!
E acende a luz da Casa
que outrora foi a minha
quando eu era inocente
criancinha
Não me tardes
Senhor!
Abre-me a tua Porta luminosa
depressa, por favor!
[Ernesto Guerra da Cal]
sábado, 9 de março de 2013
Destino
à ternura pouca
me vou acostumando
enquanto me adio
servente de danos e enganos
vou perdendo morada
na súbita lentidão
de um destino
que me vai sendo escasso
conheço a minha morte
seu lugar esquivo
seu acontecer disperso
agora
que mais
me poderei vencer?
[Mia Couto]
sexta-feira, 8 de março de 2013
Fé, a Esperança, o Amor, a Poesia e a Mulher
A Fé é uma mulher vigorosa,
Não intimidável, leitora de fatos.
Apesar de ter ação recatada e frágil,
Por vezes, se lança no escuro,
Vazio de letras, fortaleza infantil
A Fé é uma mulher vigorosa.
A Esperança é mulher peregrina.
Não impacientável, observadora de
paisagens.
Sempre desfrutadora, sempre tolerante.
Por vezes, pensa no presente,
Prefere caminhar, caminhar, caminhar.
A Esperança é uma mulher peregrina
O Amor deveria ser feminino
Porque parece com a mulher-mãe
Sempre morrendo e doendo pelo filho
Por vezes age furtiva ou repreensivamente,
Mas apenas quer conviver e se esvaziar
O Amor deveria ser feminino
A Poesia, graças a Deus, é feminina!
Como a Fé, a Esperança e o Amor,
Jamais definitiva, definível, conceitual.
Bebe-se dela, mas não se aurelhiza o
sabor
Toca-se nela, mas não se biologiza a textura
A Poesia, graças a Deus é femininha
A mulher é Poesia, Amor, Esperança e Fé.
Das coisas da sua alma, falamos, falamos, falamos…
Mas seus porquês, para a alma masculina,
São impossíveis logicar, apesar de
tentar,
Apenas, contemplamos, contemplamos, contemplamos.
Ah! A Fé, a Esperança, o Amor, a poesia e a Mulher.
[Edney Melo]
quinta-feira, 7 de março de 2013
Caminho
Encontraste-me um dia no caminho
Em procura de quê, nem eu o sei.
Bom dia, companheiro, te saudei,
Que a jornada é maior indo sozinho
É longe, é muito longe, há muito espinho!
Paraste a repousar, eu descansei...
Na venda em que poisaste, onde poisei,
Bebemos cada um do mesmo vinho.
É no monte escabroso, solitário.
Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!... Foi no entanto
Que choramos a dor de cada um...
E o vinho em que choraste era comum:
Tivemos que beber do mesmo pranto.
[Camilo Pessanha, in 'Clepsidra']
quarta-feira, 6 de março de 2013
Dois peregrinos
Ontem demos alojamento no albergue a dois
jovens suíços, o Johannes e o Daniel. Um deles, o Daniel, é de ascendência
portuguesa.
Chegaram de bicicleta, e apesar do albergue
estar encerrado não houve como recusar-lhes guarida.
Hoje participaram na Missa das 09h, onde
receberam a bênção do peregrino.
terça-feira, 5 de março de 2013
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