domingo, 3 de março de 2013

Um caminho quaresmal...



Indefinida vivência
que não aprisiona esta alma
que desacertadamente  se encontra
sem O entender !
Abro a porta da improvisa viagem,
preencho os dias, invado espaços,
nos quais supostamente O deveria encontrar
mas não reavendo palavras para Lhe dizer,
trago em  mim a certeza de que já não sei orar.
E mesmo assim ainda Lhe peço:

Diz-me quem és Tu, que invades, conquistas
e Te afastas sem eu esperar!

Reparto com os seus uma peculiar incerteza
da utópica e metafórica Noite em que vivo,
e na infalibilidade do que não termina…
Não sou capaz de cuidar do Seu olhar em mim.
Já não sei quem É…
e nestas madrugadas
examino que a Sua presença é totalmente ausência…
Receosamente, recebo este tempo
não compreensível em mim, perceptível para muitos
e eu, sem O entender
volto a enclausura do meu coração
E Tu, dia após dia:

Não me dizes quem és, nem porque invades, conquistas
e Te afastas sem eu esperar!

[VP]

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