quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Relato da Peregrinação de uma família carmelita (IV)


No dia seguinte caminhamos para Padron, era uma nova etapa, o calor era imenso, o cansaço era muito. A Rita e o Simão, já se ressentiam, e também, mas o João, lá nos ía animando e dando força. Quando chegamos já nem fomos procurar albergue e por decisão de todos íamos dormir ao relento novamente e teria que ser numa relvinha fresca e macia, de preferência num jardim. E se assim o pensamos, muito melhor o fizemos. Fomos de novo ao supermercado Fraiz, compramos mais umas coisitas, atum, sardinhas, sumo, pão, leite e sempre 4 iogurtes e lá fomos para uma praça enorme, com uma relva. Instalamo-nos. O Simão pegou logo no saco cama e tratou de se instalar ao lado de um canteiro de flores, ali é que era o seu sitio, dizia ele. Mas o João achou por bem irmos pedir autorização à polícia civil, para ali ficarmos, falamos com uma rapariga e ela ajudou-nos. Contactamos a polícia e tivemos permissão para ficar ali. Aconselharam-nos a encontrar um recanto mais resguardado, era um local central e muito movimentado. Mudamos de sítio.
Mas, por altura da nossa chegada a Padrón paramos numa fonte que se chamava: Nossa Senhora do carmo, foi emocionante encontra-la ali, foi uma delícia beber aquela água, naquele dia de calor escaldante. A Virgem do Carmo acompanhava-nos desde o início da nossa peregrinação, Caminhava no nosso coração!
É muito bom dormir ao relento, podemos ver as luzes do céu, as estrelas, o silêncio da noite e aquela brisa amena que mesmo nas horas de desanimo e cansaço sempre nos acompanhava. era semelhante a um sopro muito suave, e como nos sabia bem. Entretanto adormecemos! Estávamos muito cansados. Mas eis que fomos surpreendidos por uma carga de água valente, e aí é que se instalou a confusão, o riso, a surpresa, o espanto, gargalhadas enormes ecoaram naquela praça, era tanta a boa disposição que nem sabíamos o que fazer. Eram os expressores da rega, tinham começado a funcionar nos tinham surpreendido em pleno sono, mas por mais que a água caísse, o nosso amigo Simão continuava a dormir tranquilo, apesar de toda a confusão, até que acordou e aí foi de chorar a rir com o aparto que ele fez! Arrumamos as coisas, não era preciso vestir pois dormimos vestidos e «cheirávamos a cavalo» …como dizia o Simão. Pois, nem sempre tínhamos banho. Neste dia eram seis da manhã e já caminhávamos, foi o dia em que o fizemos mais cedo.

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